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O discurso da não romantização da maternidade não pode permitir ofensas às crianças


Esses dias vi uma entrevista da cantora Lilly Alen onde ela diz que as suas filhas arruinaram a sua carreira. A fala se refere às duas crianças, uma de 12 e outra de 10 anos. 

Essa semana viralizou a fala de uma participante do BBB que disse em alguns dias quer matar os próprios filhos. 

As falas extremamente pesadas colocam sobre os filhos toda a culpa de uma maternidade não desejada ou sobrecarregada. E o mais grave é ver pessoas justificando esse tipo de fala com o argumento de que a maioria das mulheres que se torna mãe sente o mesmo. Oi? 

Até quando vamos relativizar discursos absurdos e violentos em nome de uma vitimização da mulher que tem filhos e por estar cansada teria o direito de sair por aí proferindo impropérios, tornando públicas falas ofensivas e violentas contra seres indefesos?

Crianças que não pediram pra nascer agora parecem ser as vilãs de histórias de mulheres frustradas e que relatam a maternidade como um grande calvário. 

A verdade é que muitas mulheres sem o apoio paterno, sem rede de suporte, enfrentam grandes dificuldades na condução da maternidade, com seus desafios e surpresas. Mas daí a achar normal que mulheres com grande visibilidade pública passem a utilizar discursos de ódio, ofensivos e até ameaçadores contra crianças me parece um tanto quanto exagerado e perigoso. 

Não romantizo a maternidade, sinto esse peso, mas não acho justo que o meu filho ou qualquer outra criança fique com essa carga ou culpa. 

Sigamos pelo caminho do meio, sem nos anular, mas conscientes das mudanças e limitações e fazendo o que dá pra ser feito, com o devido equilíbrio em todos os papéis da vida. 

Cada um sabe das suas dores e batalhas. Mas meu filho precisa crescer feliz e não culpado por ter anulado a minha felicidade e as minhas realizações profissionais e pessoais. 

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