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A maioria pode não entender o jargão econômico mas entende quando o bolso aperta 

O Governo Lula anunciou a mudança na política de Preços de Paridade Internacional, a chamada PPI, que subordinava o preço do combustível às oscilações do preço do dólar no mercado internacional. A alteração vai afetar diretamente os lucros de acionistas que têm interesse nessa paridade. Mas a intenção do governo é tentar manter sob controle os valores da gasolina e do diesel, que dispararam nos últimos anos. 

Um artigo da jornalista Raquel Landim publicado no Estadão destacou que a gestão Lula estava cumprindo uma agenda econômica à esquerda que não foi eleita. Segundo o texto, o governo ganhou com a promessa de agradar a tão mencionada frente ampla. Ou seja, mais pragmatismo, mais concessões aos aliados, das diversas correntes ideológicas, e, portanto, nada de tentar agradar apenas a militância de esquerda. 

Acredito que o governo não foi eleito propondo agenda nenhuma. A agenda era livrar o país de Bolsonaro. E dentre esses livramentos estavam a inflação galopante, puxada principalmente pela elevação no preço dos combustíveis. 

O governo muda essa regra econômica não pensando em agenda ideológica. Pode até ser um meio populista, e acredito que seja, mas a intenção é mesmo tentar ser um contraponto ao aumento vertiginoso de preços da gestão anterior. Bolsonaro perdeu muito da sua popularidade pela dificuldade em gerir questões internas como a inflação dos itens essenciais, além das polêmicas envolvendo Covid e campanhas de vacinação. 

Dilma já havia naufragado em meio às pressões internas que iniciaram com aumento do preço dos combustíveis. 

E para a maioria da população, pouco interessada em retóricas à direita ou à esquerda, o que importa mesmo é se dá para viver melhor. E a popularidade de uma gestão será mensurada pela capacidade de articular interesses que tenham impacto real positivo na vida do brasileiro. 

Não sabemos se a política a longo prazo vai ser benéfica. Ou se realmente terá sobrevida em um governo sempre acostumado a fazer concessões. E medida populista pode ser de direita ou de esquerda. O que importa é ser simpática. 

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