Entre os anos de 2019 e 2023, mais de 15 mil crianças a adolescentes foram adotados no país. O número é expressivo mas a causa precisa de atenção, diariamente. Para a Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (CEIJ) do Poder Judiciário potiguar, a estatística pode ser comemorada, mas ainda existem muitos “tabus” ou mitos a serem rompidos neste segmento. A avaliação foi feita, na manhã desta segunda-feira (22/5), durante a abertura oficial da 9ª edição da Semana Estadual da Adoção, realizada no auditório da sede do TJRN.
“É um momento de conscientização e para estimular a adoção nacional e fora do país. É uma ação para quebrar tabus”, apontou o vice presidente do TJRN, Glauber Rêgo, que representou o presidente da Corte, desembargador Amílcar Maia. “Lembro que a adoção era tida como um ato de caridade. Há uma necessidade de falar mais nesse tema”, complementa.
A solenidade foi coordenada pelo vice-presidente da Corte potiguar, desembargador Glauber Rêgo, e pelo juiz coordenador da CEIJ, o magistrado José Dantas de Paiva, e contou com a presença de entidades que trabalham na área, secretarias municipais e estaduais, além de representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, bem como deputados e vereadores de Natal.
“Se trata de uma área dinâmica, que sofre constantes alterações na legislação e que necessita de um monitoramento frequente, com o objetivo sempre de facilitar o processo de adoção”, aponta José Dantas de Paiva, durante uma das mesas redondas, formadas para debater o tema e a realidade do Estado do Rio Grande do Norte, que contabiliza 155 adotados, no mesmo período nesses quatro anos, segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA).
Conforme a CEIJ, no RN, existem – conforme os dados apresentados desta segunda-feira – 30 crianças e adolescentes, aptos à adoção, e 396 pretendentes. Uma ‘matemática’ que, à primeira vista, ‘não bate’, já que seria um número suficiente para realizar todas as adoções. Contudo, para o magistrado, há uma explicação.
“Muitos preferem, culturalmente, aquele padrão de crianças mais novas, bebês, ou não querem adotar um grupo de irmãos, ou crianças portadoras de necessidades especiais, que se enquadram nas adoções necessárias. Por isso, não são realizadas, já que não estão dentro do perfil que é buscado”, completa José Dantas de Paiva.